Sabe aquele momento em que você está no grupo do WhatsApp e, de repente, você começa a sentir que ninguém te responde?

O medo de ser deixado de fora bate, e parece que o mundo inteiro está girando em torno de uma conversa da qual você não faz parte.
Os outros trocando mensagens freneticamente nos inevitáveis sub-grupos que se formam dentro dos grupos, mas nada para você. E de repente, em algum ponto entre o “ei, cara, isso não é nada” e o “eu preciso entender que merda está acontecendo agora!”, surge a sensação de que a sua vida social está desabando. Lúgubre, como se o próprio céu estivesse desabando sobre sua cabeça. Aquele clique de querer entender o que aconteceu, por que não foi incluído, por que não se sentiu chamado a fazer parte, por que, por que…
E se, por alguma razão, a pessoa certa não responder ou não mandar a resposta certa no momento certo, sua brave face começa a derreter. Você se sente como Lúcifer expulso do céu, um ser sem espaço, sem lugar. A mente começa a formular hipóteses e soluções, tentando desesperadamente se encaixar, mesmo que isso signifique perder a compostura.
A verdade? No fundo, parece que conseguimos inventar uma maneira completamente nova de ser infeliz. Ou, quem sabe, de nos conectar a uma maneira muito antiga de ser infeliz: o ciclo doloroso de querer pertencer, mas, ao mesmo tempo, temer ser deixado de fora.
Amizades, ou falta de
A dor de ser excluído é uma das mais humanas que existem, mas também é uma das mais difíceis de se lidar. Como gerenciar o que sentimos quando, por alguma razão, não estamos sendo incluídos naquele grupo de amigos, naquela conversa ou naquele evento? A pergunta que fica é: como podemos evitar que a solidão se transforme em um monstro assustador?
A resposta não é simples, e pode até ser um pouco amarga. Pode ser que você só precise chegar a termos com esse sentimento de criança triste e deixá-lo passar. Nem sempre temos controle sobre os outros, mas podemos aprender a aceitar as nossas próprias reações. Porque, no fim das contas, tudo passa, mesmo que demore.
Soluções?
Pensando nisso, há uma solução simples que talvez ajude: reimaginar as nossas amizades. Já pensou em ver os seus amigos como indivíduos em vez de uma massa ou grupo único? Porque, afinal, os grupos, por mais que sejam fontes de alegria, também têm suas falhas — como deixar alguém para trás. A verdade é que os grupos, por mais que tentem, estão sempre deixando alguém de fora, seja por um segundo ou por um motivo mais profundo. Eles não conseguem evitar. E, na verdade, é isso que torna os grupos, bem, grupos.
Agora, antes que nos percamos nesse turbilhão de pensamentos e sentimentos, talvez seja o momento de dar um passo atrás. E refletir: o que realmente importa na amizade? São os momentos compartilhados, a experiência vivida, os olhares trocados, ou é o sentimento de pertencimento? As respostas estão dentro de nós. E, por mais que a dor da exclusão seja real, ela também é passageira. O segredo está em encontrar a paz no meio disso tudo.
E, se tudo mais falhar, talvez a solução seja simples: ter um celular flip. Um aparelho que não avisa, não notifica e não nos conecta de forma frenética à expectativa do grupo. Afinal, a tranquilidade de não ser escravo da hiperconexão pode ser o primeiro passo para sermos mais felizes e menos dependentes dessa complexa rede social que muitas vezes nos impede de ser quem realmente somos.
Escrevendo este texto para mim mesmo.
Parece que este é o último post do ano. Desejo a todas (as mulheres são maioria) e todos que me honraram — e me alegraram — com sua atenção um Feliz Natal e/ou festas, e um 2025 de paz, realizações e sucesso. Até Janeiro!